Até 18 anos eu achava que os ciclos eram regulares e duravam 28 dias (os meus se encaixavam no padrão, então eu não tinha motivos para desconfiar que pudesse ser diferente). Além de falarmos um pouco sobre TPM e volta e meia pedirmos um absorvente emprestado, eu e minhas amigas não abordávamos muito o assunto menstruação.
Assim que comecei a ter vida sexual, fui ao médico e pedi uma pílula. Não estudei sobre ela, não fui esclarecida sobre os riscos e benefícios e não foi abordada outras opções de métodos contraceptivos na consulta.
Eu também usava camisinha para dar uma garantida extra (pelo menos nessa eu acertei! Hahaha) e ainda evitava nos dias de um possível “período fértil” que eu acreditava ser entre o 12 e 16 dia. Eu achava que se eu ovulasse mesmo com a pílula, seria nesse período. Como dá para perceber eu não entendia nada de ciclos menstruais e nem do funcionamento do contraceptivo oral. Não entendia que ele não só previne a ovulação, como muda o muco cervical e altera o endométrio. Esse era todo o meu conhecimento sobre o assunto.
Quando a endometriose apareceu eu descobri muitas outras informações… E a partir desse momento percebi que eu não sabia quase nada e que muitas informações que eu aceitava como corretas na verdade estavam erradas.
Quando comecei a ler sobre Percepção da Fertilidade descobri que existia uma gama imensa de informações quase que totalmente desconhecidas não só do público em geral, como dos próprios médicos que me atendiam.
Hoje eu sei muito mais, li diversos livros, acompanhei muitas mulheres, mas tenho a consciência de que é impossível saber tudo, mas é possível saber um pouquinho mais a cada dia. Por isso criei esse insta, para compartilhar de tudo um pouco para que possamos continuar construindo esse conhecimento juntas.
Se você começou a estudar sobre isso agora talvez sinta que está sendo engolida por uma quantidade enorme de informação. É um processo de desconstrução e reconstrução.
O que você acreditava que era verdade e descobriu que não é? O que foi uma grande novidade?
Texto:Patrícia Guim para @fertilidadepositiva