Eu lembro de sentir dores menstruais desde sempre, a minha primeira menstruação foi dolorosa. Mas durante primeiros anos era uma dor controlável, um remédio qualquer e uma bolsa de água quente eram suficientes para que eu continuasse com as minhas atividades.
Com o passar dos anos as dores foram ficando cada vez mais intensas. Menstruar se tornou um transtorno. A ansiedade gerada por saber que aquele período se aproximava era terrível. Os meus principais sintomas eram fluxo menstrual forte, dor incapacitante (que remédios comuns não ajudam), vômito, desmaios e alteração intestinal.
Uma hora a situação ficou insustentável, eu não conseguia realizar as minhas atividades como uma pessoa normal, eu passava três ou quatro dias por mês sentindo como se um caminhão tivesse me atropelado. Procuramos um médico, mas a situação não foi resolvida, o diagnóstico só chegou um ano depois, com a primeira cirurgia e a reatirada de um ovário aos 19 anos.
Passei por alguns tratamentos e mais uma cirurgia nos anos seguintes. Mas felizmente consegui controlar a doença. O que ficou foi a sequela da infertilidade, uma reserva ovariana de uma mulher de 42 anos quando eu tinha menos de 30. Quando decidi ter filhos não tentei naturalmente por muitos meses (tinhamos um fator masculino também), optamos para tentar uma Fertilização in Vitro. Na segunda tentativa engravidei do Victor (na primeira eu perdi o bebê).
Após o parto a minha vontade era manter meus ciclos naturais. Apesar da amamentação intensa minha menstruação voltou 28 dias após o parto. Felizmente as dores da endometriose nunca voltaram. Ainda tenho um fluxo muito forte, mas isso é tudo que restou daqueles tempos sombrios.
O que eu queria falar é: Eu sofri, mas eu superei! Superei a doença, superei a infertilidadade.
Eu sei que a doença pode voltar, mas por enquanto aproveito como se essa chance não existisse.
Me conte a sua história caso você tenha endometriose. Se você não tem, mas conhece alguém que tenha marque aqui, talvez a minha história possa ser um acalento.
Texto: Patrícia Broda Guim para @fertilifadepositiva