O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um método contraceptivo reversível de longa duração (LARC) colocado dentro do útero para evitar a fecundação.
No Brasil há três tipos: de cobre, progesterona (levonorgestrel) e o DIU de cobre e prata. O DIU de cobre não contém hormônios e tem efeito tóxico contra espermatozoides e óvulos, prevenindo a fertilização. O DIU de progesterona leva ao espessamento do muco cervical, não permitindo a subida do espermatozoide, com efeito predominantemente tópico (em apenas 20% dos casos pode ocorrer inibição da ovulação) O DIU de cobre e prata tem o mesmo mecanismo de ação do DIU de cobre.
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O DIU de cobre tem uma taxa de falha de 6-8 gestações por 1.000 usuárias/ano, enquanto o DIU de levonorgestrel tem uma taxa de falha de 2 gestações por 1.000 usuárias/ano (na prática mais eficaz que a ligadura tubária, embora qualquer método contraceptivo possa falhar). O DIU de cobre pode ser mantido na cavidade uterina por até dez anos, com evidências recentes de que a eficácia se mantém até 12 anos, enquanto o DIU de progesterona tem duração de cinco anos, e a eficácia específica do Mirena (um dos tipos de DIU de progesterona) já foi comprovada por até sete anos e o uso até seis anos foi já liberado pelo FDA.
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O retorno à fertilidade ocorre imediatamente depois de retirado o DIU. O DIU pode ser utilizado por mulheres de qualquer idade, existindo relativamente poucas contraindicações: gravidez, câncer cervical, câncer endometrial, sangramento uterino não investigado, câncer de mama (somente para DIU hormonal), anomalias uterinas ou condições que distorcem a cavidade e presença de DIPA ou cervicite purulenta (que são afastadas por anamnese e exame pélvico cuidadosos). Mulheres sem filhos podem usar o DIU e sob hipótese alguma é necessária autorização do parceiro. Adolescentes também têm o direito à inserção do DIU, caso o desejem, resguardando-se seu direito à privacidade e confidencialidade.
Ao contrário do que se imagina e divulga, não são necessários exames diversos e uma longa investigação antes da inserção do DIU, apenas anamnese, exame pélvico e o principal requisito é certeza de que a pessoa não está grávida.
Texto adaptado de @melania44